No contexto empresarial português, uma nova realidade está a desafiar até as equipas de gestão mais preparadas: a quebra de compromisso de jovens talentos ao longo de todo o processo de recrutamento e integração.
Na Be.Great Consulting, acompanhamos diariamente dezenas de processos e o padrão é claro, o problema não se limita à retenção após a entrada. Ele começa logo no primeiro contacto com o candidato e estende-se até aos primeiros meses de integração nas organizações.
Cinco pontos críticos onde o compromisso falha
- Candidatura “invisível”: o candidato envia o curriculum, mas não atende contactos telefónicos para agendar entrevista, nem responde a emails os sms/whatApps.
- Entrevistas marcadas… mas não cumpridas
Falta de compromisso por parte dos candidatos - Entusiasmo na entrevista, ausência no primeiro dia
O candidato demostra muita motivação durante o processo de seleção, mas não chega a iniciar funções na empresa. - Entrada seguida de saída precoce
Saídas voluntárias nos primeiros meses, muitas vezes sem aviso prévio nem retorno construtivo. - Impacto interno e externo
Quebra de produtividade, custos acrescidos de recrutamento/formação e erosão da confiança das equipas com impacto nos clientes.
Um fenómeno com expressão europeia e impacto real em Portugal
Dados recentes evidenciam que este cenário não é isolado:
- 93 % dos jovens da Geração Z (18–24 anos) no Reino Unido já faltaram a entrevistas sem aviso prévio e 87 % não compareceram no primeiro dia de trabalho (Indeed Hiring Lab, via FE News, 2024).
- Em Portugal, 52 % das empresas reportam dificuldades em reter jovens talentos e a rotatividade voluntária atinge 10,6 % (Mercer Portugal – Total Remuneration Survey 2023), com efeito crescente.
- Apenas 82,4 % dos recém-licenciados portugueses (20–34 anos, diploma obtido há menos de 3 anos) estão empregados, colocando o país abaixo da média europeia de 83,5 % (Eurostat, “Employment rates of recent graduates”,2023; via Dinheiro Vivo, 14/07/2024).
Porque acontece
Segundo a experiência da Be.Great Consulting, as causas mais frequentes são:
- Expectativas desalinhadas quanto a funções, horários, ritmo de trabalho e desafios.
- Baixa resiliência face à curva de aprendizagem e à pressão inicial.
- Procura contínua por “algo melhor”, sem consolidar experiência.
- Integração insuficiente, sem um processo estruturado de onboarding e acompanhamento efetivo por parte das empresas.
O que líderes podem fazer para mudar o jogo
- Recrutar para além do curriculum
Avaliar valores, motivação e alinhamento cultural, integrando perguntas comportamentais e testes de resiliência. - Definir e alinhar expectativas
Transparência desde o primeiro contacto, mostrando a realidade do trabalho antes da contratação. - Investir num onboarding estratégico
Planos de integração claros, mentoria nos primeiros meses e acompanhamento regular. - Criar perspetiva e reconhecimento
Salário competitivo aliado a oportunidades de desenvolvimento e progressão.
Compromisso constrói-se a dois
A retenção de jovens talentos exige compromisso mútuo:
- Do lado do talento, disponibilidade para aprender, crescer e enfrentar. desafios.
- Do lado da empresa, um ecossistema onde valha a pena investir tempo e energia.
Na Be.Great Consulting, ajudamos organizações a transformar potenciais rotatividades em histórias de retenção, alinhando expectativas e fortalecendo a ligação entre colaboradores e empresas.
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Fontes
- Indeed Hiring Lab, via FE News — “Job Ghosting is Rife” (2024).
- Mercer Portugal — Total Remuneration Survey 2023 (dados divulgados na imprensa especializada).
- Eurostat — “Employment rates of recent graduates” (2023), dados via Dinheiro
“Para o talento ficar, é preciso querer de ambos os lados”