01Set
Ligado: 01/09/2025

No contexto empresarial português, uma nova realidade está a desafiar até as equipas de gestão mais preparadas: a quebra de compromisso de jovens talentos ao longo de todo o processo de recrutamento e integração.

Na Be.Great Consulting, acompanhamos diariamente dezenas de processos e o padrão é claro, o problema não se limita à retenção após a entrada. Ele começa logo no primeiro contacto com o candidato e estende-se até aos primeiros meses de integração nas organizações.

Cinco pontos críticos onde o compromisso falha

  1. Candidatura “invisível”: o candidato envia o curriculum, mas não atende contactos telefónicos para agendar entrevista, nem responde a emails os sms/whatApps.
  2. Entrevistas marcadas… mas não cumpridas
    Falta de compromisso por parte dos candidatos
  3. Entusiasmo na entrevista, ausência no primeiro dia
    O candidato demostra muita motivação durante o processo de seleção, mas não chega a iniciar funções na empresa.
  4. Entrada seguida de saída precoce
    Saídas voluntárias nos primeiros meses, muitas vezes sem aviso prévio nem retorno construtivo.
  5. Impacto interno e externo
    Quebra de produtividade, custos acrescidos de recrutamento/formação e erosão da confiança das equipas com impacto nos clientes.

 Um fenómeno com expressão europeia e impacto real em Portugal

Dados recentes evidenciam que este cenário não é isolado:

  • 93 % dos jovens da Geração Z (18–24 anos) no Reino Unido já faltaram a entrevistas sem aviso prévio e 87 % não compareceram no primeiro dia de trabalho (Indeed Hiring Lab, via FE News, 2024).
  • Em Portugal, 52 % das empresas reportam dificuldades em reter jovens talentos e a rotatividade voluntária atinge 10,6 % (Mercer Portugal – Total Remuneration Survey 2023), com efeito crescente.
  • Apenas 82,4 % dos recém-licenciados portugueses (20–34 anos, diploma obtido há menos de 3 anos) estão empregados, colocando o país abaixo da média europeia de 83,5 % (Eurostat, “Employment rates of recent graduates”,2023; via Dinheiro Vivo, 14/07/2024).

Porque acontece

Segundo a experiência da Be.Great Consulting, as causas mais frequentes são:

  • Expectativas desalinhadas quanto a funções, horários, ritmo de trabalho e desafios.
  • Baixa resiliência face à curva de aprendizagem e à pressão inicial.
  • Procura contínua por “algo melhor”, sem consolidar experiência.
  • Integração insuficiente, sem um processo estruturado de onboarding e acompanhamento efetivo por parte das empresas.

O que líderes podem fazer para mudar o jogo

  1. Recrutar para além do curriculum
    Avaliar valores, motivação e alinhamento cultural, integrando perguntas comportamentais e testes de resiliência.
  2. Definir e alinhar expectativas
    Transparência desde o primeiro contacto, mostrando a realidade do trabalho antes da contratação.
  3. Investir num onboarding estratégico
    Planos de integração claros, mentoria nos primeiros meses e acompanhamento regular.
  4. Criar perspetiva e reconhecimento
    Salário competitivo aliado a oportunidades de desenvolvimento e progressão.

Compromisso constrói-se a dois

A retenção de jovens talentos exige compromisso mútuo:

  • Do lado do talento, disponibilidade para aprender, crescer e enfrentar. desafios.
  • Do lado da empresa, um ecossistema onde valha a pena investir tempo e energia.

Na Be.Great Consulting, ajudamos organizações a transformar potenciais rotatividades em histórias de retenção, alinhando expectativas e fortalecendo a ligação entre colaboradores e empresas.

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Fontes

  1. Indeed Hiring Lab, via FE News — “Job Ghosting is Rife” (2024).
  2. Mercer Portugal — Total Remuneration Survey 2023 (dados divulgados na imprensa especializada).
  3. Eurostat — “Employment rates of recent graduates” (2023), dados via Dinheiro

“Para o talento ficar, é preciso querer de ambos os lados”